Produção inédita feita por ribeirinhos mostra, de dentro para fora, a força das tradições, da arte e da identidade do Baixo Madeira
Vilhena, RO - Um marco para a comunidade ribeirinha de Nazaré está prestes a ser lançado: o documentário Festival Cultural de Nazaré, um guardião da cultura ribeirinha. Pela primeira vez, a história do festival é contada com direção, roteiro e produção assinados por filhos da comunidade, mantenedores dessa herança viva do Baixo Madeira.
O lançamento acontecerá em três momentos especiais:
- 08 de abril, no Centro Social Madre Mazarello, às 14h
- 12 de abril, no Instituto Minhas Raízes, em Nazaré, às 19h30
- 22 de abril, no Tapirí, também às 19h30
A produção foi viabilizada com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio do Edital 001/2023.
Vozes da beira
O documentário rompe com a lógica tradicional de olhar externo sobre a Amazônia. Os protagonistas são os próprios ribeirinhos que constroem o Festival Cultural de Nazaré há décadas. Em depoimentos íntimos e potentes, os idealizadores revelam os bastidores da festa: os desafios enfrentados para manter viva a tradição, as conquistas coletivas e os sonhos que se tornaram realidade.
"É um olhar nosso sobre nós mesmos", resume Tullio Nunes, um dos produtores. "A gente mostra o que vivemos no festival, o que sentimos e o que acreditamos.”
O filme traz ainda entrevistas especiais com personagens fundamentais da história do festival, em especial quem já nos deixou , mas continua presente em memória e legado: o Professor Manoel Maciel, grande idealizador do Festival Cultural de Nazaré. Visitantes e apaixonados pelo festival também aparecem, oferecendo depoimentos marcantes sobre o impacto dessa tradição na vida de quem vem de fora, mas se sente parte da comunidade.
Um festival, muitas Amazônias
O documentário mostra como o festival se tornou um espelho das muitas expressões culturais do "beradão" de Rondônia. Nas imagens, vê-se a presença marcante do carimbó, do boi-bumbá, da quadrilha tradicional, do forró, da dança do seringandô e tantas outras manifestações que seguem vivas pelas mãos de mestres populares, jovens e famílias inteiras.
Além das danças e ritmos, a gastronomia local também é destaque: sabores típicos preparados com saberes ancestrais, envoltos pela beleza natural de Nazaré, que emociona quem passa.
Patrimônio vivo
O Festival Cultural de Nazaré vai além de um evento: é um ponto de resistência cultural, um elo entre gerações e um símbolo da força da identidade ribeirinha. O documentário registra tudo isso com delicadeza, respeito e autenticidade.
E como dizem por lá: quem conhece Nazaré, nunca esquece. E quem assistir a esse documentário, vai entender por quê.
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