
Mais de 600 aprovados em concurso público aguardam há quase dois anos para serem convocados
Vilhena, RO - Em entrevista ao jornalista Paulo Mendes, de Vilhena, o governador de Rondônia, Marcos Rocha, responsabilizou a Polícia Civil pela falta de contratações de novos agentes, destacando que a decisão de priorizar aumentos salariais em vez de aumentar o efetivo foi tomada pelos próprios policiais civis. Segundo Rocha, a escolha foi oferecida aos policiais, que optaram pelo aumento salarial devido à longa espera por reajustes.
No entanto, essa decisão gerou consequências negativas significativas. Mais de 600 aprovados em concurso público aguardam há quase dois anos para serem convocados. E, com o prazo para as chamadas se encerrando em julho deste ano, não há expectativa de que sejam convocados pelo governo. A falta de novas contratações resultou em um grande déficit no quadro da Polícia Civil do Estado.
Segundo o próprio Portal da Transparência do Governo e também do Sinpol (Sindicato dos Servidores da Policia Civil de Rondônia), o número ideal de agentes no Estado seria de 3.500, mas, antes da primeira academia, em Rondônia só havia 923 atuando.
No caso dos escrivães de polícia, o efetivo ideal por lei é de 1.380, mas antes da primeira academia, o Estado só dispunha de 338 servidores, sem contar a quantidade de delegados de polícia, que deveria ser de 460, mas só existem 141 em todo o Estado.
Os reflexos dessa medida podem ser observados no aumento vertiginoso da criminalidade no Estado. A escassez de agentes disponíveis para investigar crimes, manter a ordem e garantir a segurança pública na maioria das cidades de Rondônia, tem levado a momentos de tensão, principalmente devido ao crescimento das facções criminosas.
A situação vem gerando críticas e preocupação entre parte da população, que tem conhecimento do problema e os especialistas em segurança pública, que veem na decisão do governo uma falha significativa na gestão da segurança.
Entre os mais indignados estão os aprovados no concurso que, há dois anos, aguardam a convocação. Eles temem que, caso não sejam chamados até julho, o governo possa lançar outro concurso, gastando dinheiro público desnecessariamente, enquanto mais de 600 candidatos esperam por uma oportunidade.
Uma candidata aprovada, que preferiu não se identificar, expressou sua frustração: "Se o governo não pode contratar agora, que pelo menos prorrogue o prazo para que tenhamos uma nova chance de sermos chamados nos próximos dois anos. Do contrário, o governo estará dando uma prova de má vontade com quem criou tantas expectativas de ser chamado, gastou tempo e dinheiro diante de um quadro de extrema falta de policiais."
Enquanto isso, o governador Marcos Rocha, que priorizou aumentos salariais substanciais para a Polícia Militar, especialmente para oficiais. O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE/RO) sugeriu a reprovação das contas do governador devido ao inchaço na folha de pagamento. Rocha finaliza seu mandato com um salário de R$ 39 mil, um aumento de 51%, enquanto os soldados militares receberam apenas 10% de reajuste.
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Fonte: Folha do Sul
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