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Seis meses sem receber: cirurgiões do Hospital Regional de Vilhena estão desde julho sem pagamento e cirurgias são paralisadas

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Cirurgias eletivas foram paralisadas em outubro pela falta de remuneração, deixando mais de 600 cirurgias sem serem realizadas

Vilhena, RO - Profissionais de saúde do Hospital Regional de Vilhena (HRV) fizeram grave denúncia à reportagem: cerca de 15 cirurgiões gerais e ginecologistas estão sem receber desde julho. A falta de pagamento motivou a paralisação das cirurgias eletivas (programadas, não urgentes) ainda em outubro. De lá para cá, cerca de 600 cirurgias deixaram de ser realizadas pela falta de pagamento dos cirurgiões.

De acordo com o médico que procurou a reportagem, a promessa feita em julho era de que os cirurgiões recebessem em no máximo 90 dias. No entanto, não foi feito nenhum pagamento até agora. Vários destes cirurgiões afirmaram procurar a direção da Santa Casa de Misericórdia de Chavantes, com quem assinaram o contrato, e a Secretaria Municipal de Saúde, sem sucesso. As garantias de que o valor será transferido “na próxima semana” se multiplicaram. Em outubro a situação se tornou insustentável e as cirurgias eletivas foram totalmente paralisadas. Pelo ritmo em que estavam ocorrendo, numa média de 50 cirurgias por semana, cerca de 600 cirurgias deixaram de ser feitas até o momento.

O grupo de profissionais envolve médicos cirurgiões gerais e ginecologistas concursados e também outros de fora dos quadros públicos. Todos prestam serviço mediante contrato por produção, em espécie de “mutirão de cirurgias”. Procedimentos como histerectomia, laqueadura, colecistectomia, hernioplastia e tantos outros não estão sendo realizados, caso não sejam emergência.

As denúncias chegaram à reportagem acompanhadas de prints de conversas que demonstram cobranças generalizadas dos profissionais, mas que são ignoradas pelos responsáveis. Os profissionais afirmam que não é informada sequer uma previsão para a quitação dos débitos e que muitos, insatisfeitos com a maneira como a questão está sendo tratada, cogitam judicializar a cobrança. Boa parte deles, inclusive, chegou a contratar de forma particular assistentes e empreenderam gastos individuais para a realização das cirurgias, incrementando os prejuízos que hoje são percebidos.

O OUTRO LADO - Em nota enviada ao FOLHA DO SUL, a Santa Casa de Chavantes assegurou que as cirurgias foram contratadas pelo Estado e que estão cobrando do governo estadual o repasse para, então, poder efetuar o pagamento dos profissionais.

A nota destaca que “existe uma distinção entre os pagamentos diretos aos médicos e os repasses financeiros relacionados às cirurgias realizadas para o Estado de Rondônia, já que o HRV se tornou referência estadual em alguns procedimentos cirúrgicos. As cirurgias contratadas pelo Estado, estão diretamente atreladas aos repasses. Estamos em constante diálogo com as autoridades estaduais competentes, buscando uma resolução célere para esta pendência. Nosso objetivo é assegurar que todos os profissionais sejam remunerados de forma justa e em tempo hábil, refletindo o valor e a importância do trabalho que realizam.”

A Chavantes informa ainda que “em relação aos pagamentos dos cirurgiões, é importante esclarecer que os repasses médicos estão rigorosamente em dia, conforme os acordos estabelecidos. Recentemente, enfrentamos um pequeno atraso que foi prontamente solucionado. Esse processo foi conduzido com a máxima atenção para minimizar impactos e garantir a continuidade dos serviços prestados com a qualidade que caracteriza nossa instituição”.

A entidade acrescenta também que “mantém um compromisso inabalável com a excelência no atendimento à saúde e o bem-estar de nossos pacientes, assim como com a valorização e o respeito aos profissionais que compõem nossa equipe”.





Fonte: Folha do Sul

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