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A nova justificativa de Lira para interromper a tramitação do PL das Fake News

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O deputado, recentemente, enterrou o PL que discutia o tema e instalou um grupo de trabalho para se chegar a um novo formato de regulação das redes no Brasil

Vilhena, RO - O deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, expôs uma nova justificativa para sua decisão de enterrar o PL das Fake News e iniciar do zero o debate sobre o tema. A nova versão foi apresentada pelo parlamentar em conversas com jornalistas, nesta quarta-feira 26, em Portugal, onde Lira participa do tradicional debate jurídico promovido pelo ministro Gilmar Mendes.

Segundo Lira, ele optou por interromper a tramitação do projeto de lei por receio da repercussão do texto na imprensa. Na visão do deputado, o jornalismo brasileiro seria o culpado por travar o debate sobre a regulação das redes sociais no Brasil.

“A partir do princípio de como vocês [jornalistas] tratam a política e o jornalismo no Brasil, vocês têm que entender a dificuldade de se regular as redes sociais. Se nós temos um problema no Parlamento e o Parlamento é cobrado para resolver o problema, quando a gente resolve o problema, a primeira matéria que eu recebo é ‘AI-5 do Lira’. Então, desse jeito fica difícil”, afirmou Lira ao ser questionado sobre o PL.

Mais adiante, Lira tornou a acusar parte da imprensa de promover desinformação ao tratar da atuação do Legislativo brasileiro.

“A desinformação não está só nas redes sociais, está nessa maneira sempre muito brusca de se procurar dar versões ou se traduzir entendimentos pessoais para que seja difundido em larga escala”, destacou. “Nós sofremos desinformação no PL que foi tratado recentemente e não importa o que você diga, importa o que vocês publicam. Então, a gente vive em um momento de muita dificuldade”, insistiu, Lira.

O presidente da Câmara, importante frisar, tem demonstrado certo desconforto com a repercussão da sua atuação no comando da Casa de Leis.

No mais recente episódio, Lira foi apontado como um dos patrocinadores do projeto de lei que pretendia equiparar o aborto ao crime de homicídio. Impactado com as manifestações sobre a sua participação na discussão, Lira optou por adiar a votação, que tramitava em regime de urgência sob a sua batuta na Câmara. O tema ficou, por opção de Lira, para ser votado no segundo semestre.

Nesta quarta, o parlamentar também se mostrou bastante irritado ao ser instado a comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de descriminalizar o porte de maconha no Brasil. Na conversa com jornalistas, ele se negou a opinar sobre o assunto e chegou a tentar interromper a coletiva diante de nova pergunta sobre a decisão.

Fonte: Carta Capital

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