Imagens mostram “Seu Rio” debilitado e com inúmeros “bichos-de-pé”
Vilhena, RO - Uma denúncia alarmante de abandono chegou à redação esta semana. Uma moradora da área rural de Vilhena relatou a situação degradante enfrentada por um idoso que vive há décadas na região, sem qualquer suporte familiar ou institucional.
O senhor em questão atende pelo nome de Francisco Morais da Silva, conhecido na comunidade como "Seu Rio", com aproximadamente 72 anos de idade, segundo informações fornecidas pela vizinha. O detalhe ainda mais preocupante é que ele não possui qualquer documento que comprove sua identidade ou idade, aumentando a complexidade de sua situação.
Residente na Linha Rio Claro, distante cerca de 60 km da área urbana de Vilhena, "Seu Rio" ocupa uma pequena casa construída por iniciativa comunitária, em uma área cedida pelo tio da denunciante. Segundo ela, a situação se agrava devido à idade avançada e à debilidade resultante da dependência de álcool, o que o impossibilita de trabalhar e o deixa dependente das doações e da boa vontade dos vizinhos.
Ainda em relação à saúde, a sitiante compartilhou vídeos e fotos que mostram "Seu Rio" em estado de aparente debilidade, sofrendo com infestações de bichos-de-pé, inclusive em áreas tão sensíveis quanto as mãos e cotovelos. Ela teme que o idoso também esteja sofrendo com infestações em partes íntimas, considerando sua falta de condições básicas de higiene e convivência com os cachorros.
A história de vida de "Seu Rio" é marcada por desenraizamento e solidão. Ele relata ter nascido em Patu, no Rio Grande do Norte, e vivido em Taguatinga, no Distrito Federal, antes de se estabelecer na área rural de Vilhena. O idoso afirma ter servido o Exército em Brasília e sido casado, tendo dois filhos dos quais se separou quando ainda eram crianças e desde então não tem qualquer contato com eles.
A vizinha, em sua luta para auxiliar "Seu Rio", enfrenta barreiras burocráticas e institucionais. As tentativas de acesso a benefícios sociais são frustradas pela falta de documentos de identificação do idoso, e a busca por instituições de amparo esbarra em requisitos que não podem ser atendidos por ele. Ao procurar a Assistência Social do município, ela foi informada que o órgão nada poderia fazer sem a apresentação de documento de identificação com foto.
Solange também procurou uma instituição que cuida de idosos na cidade, mas a aceitação de “Seu Rio” na entidade foi atrelada a ele receber algum benefício. A tentativa de colocá-lo em uma instituição que atua com dependentes químicos, também foi frustrada pelo fato de a internação somente ocorrer de forma voluntária, emas não ter havido o aceite de “Seu Rio”.
Em meio a esse cenário de abandono e desamparo, a denunciante clama por ações das autoridades locais. “O que eu espero das autoridades é que amparem o ‘Seu Rio’, porque é desumano a forma como ele está vivendo. É triste você lutar e não ter nenhuma resposta. O que eu espero é que isso se resolva, que ele receba os cuidados e a atenção necessária, e que possa viver os anos que lhe restam com dignidade”, ponderou.
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Fonte: Folha do Sul
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