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Delegada da Mulher em Vilhena comenta casos de feminicídio e orienta vítimas a não se calarem diante da violência masculina

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“O homem fica cego quando quer matar e não se importa com a condenação”

Vilhena, RO - Na semana em que uma garota de apenas 20 anos foi morta a facadas na cidade de Costa Marques, em Rondônia, minutos após conseguir uma medida protetiva contra o ex-marido, a reportagem conversou com a delegada Solângela Guimarães, que luta para prevenir este tipo de crime em Vilhena.

O feminicídio tem sido uma prática comum no Cone Sul de Rondônia, onde os casos acompanham a tendência de aumento registrada em todo o país. Chama a atenção a crueldade dos assassinos, quase sempre atuais ou ex-parceiros das vítimas.

Um desses episódios aconteceu no final do ano passado, quando um homem de 65 anos matou a companheira e manteve o corpo dela se decompondo dentro da casa em que os dois moravam no distrito do Guaporé, a 90 km de Vilhena.

Outro caso apavorante é o da mulher de 48 anos, assassinada pelo parceiro em Chupinguaia este ano. O autor do feminicídio, que chegou a atear fogo ao o corpo da vítima, foi preso e está na cadeia em Vilhena, onde deverá ir a júri popular.

Importante destacar que o trabalho de Solângela, chefe da Deam, é tentar impedir as mortes de mulheres. Quando o assassino consegue fazer isso, geralmente motivado pela recusa em aceitar o fim do relacionamento, o caso passa a ser investigado pela Delegacia de Homicídios.

A delegada diz que, sempre que é procurada por uma mulher agredida ou ameaçada, adota todas as medidas para impedir o crime. Nestes casos, o Judiciário local tem deferido com agilidade as medidas protetivas, que mantêm, pelo menos em tese, o agressor afastado.

Além disso, após a medida Judicial, a Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar, faz visitas a quem buscou proteção, para se certificar de que o agressor está mantendo a distância estipulada em relação à casa da mulher ameaçada.

Mas, em alguns casos, a intervenção judicial não surte efeitos, pois há situações em que, mesmo agredida ou ameaçada, a mulher opta por se reconciliar com seu algoz. E, quase sempre, a volta para o agressor termina em novos ataques ou, em casos extremos, na morte vítima feminina.

Além de pregar penas mais duras para esta prática, a delegada sugere que haja campanhas para tentar frear a violência dos homens que, mesmo impedidos de se aproximar das ex, ignoram a lei e cometem os crimes, cientes das consequências.

“O homem fica cego quando quer matar e não se importa com a condenação”, raciocina a delegada, aconselhando as mulheres vítimas a não se calarem e buscarem proteção. Ela lembra que existe uma entidade em Vilhena que acolhe as mulheres que sobrevivem a estas experiências assustadoras e humilhantes.






Fonte: Folha do Sul

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