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PT e MDB lutam para sobreviver em Rondônia

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Legendas que já dominaram a política no Estado enfraqueceram e esvaziaram nos últimos anos

Vilhena, RO - O Partido dos Trabalhadores em Rondônia vive uma crise sem precendentes em sua história no Estado. Nas eleições municipais deste ano, em Porto Velho, a legenda que já comandou a Câmara dos Vereadores, não conseguiu eleger nenhum representante e o mais votado, Israel Trindade, obteve pífios 1.186 votos, seguido por Toco do Sticcero, com 1.159 votos. A legenda, que elegeu o ex-prefeito Roberto Sobrinho por dois mandatos consecutivos, sequer lançou candidato a prefeito, apoiando Célio Lopes, do PDT.

Sobrinho, um dos principais nomes da legenda, chegou a ser cogitado para disputar o governo, com chances reais de vencer, deixou o partido e atualmente se dedica a projetos particulares.

No passado recente o partido teve representantes na Câmara e Senado, eleitos por Rondônia, mas aos poucos questões internas foram minando essas forças. Eduardo Valverde, nome de expressão do partido, morreu em um acidente em 11 de março de 2011, meses antes havia falecido Odair Cordeiro, um dos fundadores da legenda em Rondônia e principal articulador político do partido no Estado, deixando uma lacuna que nunca foi fechada.

Eduardo Valverde foi uma das maiores lideranças do PT em Rondônia

Desde então, o partido passou a ficar cada vez menor. Sobrinho, que foi afastado da prefeitura pouco antes de terminar seu segundo mandato, em decorrência de operações policiais capitaneadas pelo Ministério Público foi o último grande nome do partido, que chegou a ter simultâneamente dois deputados federais, uma senadora (Fátima Cleide) quatro deputados estaduais e pelo menos 5 vereadores na capital, além de comandar prefeituras importantes como Cacoal e Ji-Paraná, viu suas lideranças naufragarem entre denúncias de corrupção e saídas da legenda.

Odair Cordeiro e Roberto Sobrinho

O mesmo caminho segue o MDB, que já comandou o Estado em pelo menos três ocasiões, começando por Jerônimo Santana (1987-1991), Valdir Raupp (1995-1998) e Confúcio Moura (2011-2018). Raupp foi eleito ao Senado entre 2003 a 2019 e elegeu sua esposa, Marinha Raupp que chegou a ser a deputada federal mais votada em 2014. Ambos ficaram sem mandatos e chegaram a ter pífias votações nas eleições de 2018.

Atualmente, Raupp é corretor de imóveis e sua esposa está lotada em um gabinete no Senado.

Nas eleições de 2018, o MDB lançou Raupp e Confúcio Moura ao senado, sendo que o segundo foi eleito ficando atrás de Marcos Rogério (DEM) por uma diferença de quase 100 mil votos, e vencendo o atual senador Jaime Bagattoli (à época filiado ao PSL) por uma diferença de pouco mais de 18 mil votos.

Atualmente, Confúcio integra a base de apoio do presidente Lula no Senado e o atual presidente estadual da legenda, deputado federal Lúcio Mosquini, anunciou que ‘vai deixar o partido se o MDB aceitar ser vice de Lula em 2026. O governador do Pará, Helder Barbalho é um dos nomes mais cotados para o cargo.

Tanto MDB, quanto o PT em Rondônia passaram por mudanças significativas em suas composições, assim como encolheram mutuamente. Se a tendência for mantida, correm o risco de se tornarem nanicos como meros escritórios de representação das legendas.

LINHA DO TEMPO - MDB E PT EM RONDÔNIA

Jerônimo Santana foi o primeiro governador de Rondônia pelo MDB

1986-1987

Jerônimo Santana (MDB) é eleito o primeiro governador de Rondônia pelo voto direto desde a criação do território em 1943

Marca o início da força do MDB no estado

1987-1991

Governo de Jerônimo Santana (MDB), primeiro ciclo de poder do partido no estado


Período de consolidação do MDB como força política em Rondônia

Marinha e Valdir Raupp

1995-1998

Valdir Raupp (PMDB/MDB) assume o governo do estado

Segundo ciclo de poder do MDB em Rondônia

2003-2019

Valdir Raupp exerce mandato como Senador da República

Período de maior influência do MDB no estado

Fátima Cleide foi senadora e atualmente está na Secretaria Nacional do Ministério das Mulheres

2004-2012

Roberto Sobrinho (PT) é eleito prefeito de Porto Velho por dois mandatos consecutivos

Auge do PT em Rondônia, com representação na Câmara Federal, Senado (Fátima Cleide) e Assembleia Legislativa

2011

Falecimento de duas importantes lideranças do PT:

Eduardo Valverde (março)

Odair Cordeiro (início do ano)

Início do declínio do PT no estado

2011-2018

Confúcio Moura (MDB) governa Rondônia

Terceiro ciclo de poder do MDB no estado

2014

Marinha Raupp (MDB) é eleita deputada federal, sendo a mais votada do estado

Último momento de grande expressão da família Raupp na política local

Confúcio Moura é senador por Rondônia e integra a base de Lula no Senado

2018

Confúcio Moura (MDB) é eleito senador

Valdir Raupp tenta reeleição ao Senado mas não consegue

Marca o início do declínio do MDB no estado

2020

PT não consegue eleger nenhum vereador em Porto Velho

O candidato mais votado do partido, Israel Trindade, obtém apenas 1.186 votos

Partido não lança candidato a prefeito e apoia Célio Lopes (PDT)

Mosquini, deputado federal pelo MDB ameaça deixar o partido, caso o MDB caminhe com Lula em 2026

2024 (Atual)

MDB tem como principal representante o senador Confúcio Moura, que integra a base do governo Lula

PT mantém-se enfraquecido no estado

Lúcio Mosquini, presidente estadual do MDB e deputado federal, ameaça deixar o partido caso a legenda aceite ser vice de Lula em 2026

Ambos os partidos enfrentam crise de representatividade no estado

Observações importantes:

O MDB teve três grandes ciclos de poder em Rondônia através dos governadores Jerônimo Santana, Valdir Raupp e Confúcio Moura

O PT teve seu auge durante os mandatos de Roberto Sobrinho como prefeito de Porto Velho

Ambos os partidos sofreram um processo de enfraquecimento significativo nos últimos anos

A morte de lideranças importantes do PT (Eduardo Valverde e Odair Cordeiro) em 2011 marcou o início do declínio do partido no estado

O MDB, mesmo enfraquecido, ainda mantém representação no Senado através de Confúcio Moura

Fonte: Painel Político

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