Empreendimento foi implantado por ex-prefeito, que o vendeu, mas garante não ter recebido parte do combinado
Vilhena, RO - Uma ação deflagrada ontem pela Polícia Militar, acionada para comparecer em uma área urbana em litígio no perímetro urbano de Vilhena, levou a uma série de informações desencontradas sobre a propriedade do imóvel, que fica às margens do rio Pires de Sá e está embargado pela justiça.
No local, que deveria ser um condomínio, várias pessoas entraram e começaram a construir pequenos barracos improvisados, como forma de demarcar os lotes aos quais reivindicam, justamente sob a alegação de que a terra, em frente o bairro Jardim Social, não tem documentos.
O empreendimento imobiliário foi implantado há cerca de 10 anos, pelo ex-prefeito de Vilhena, Vitório Abrão, que vendeu metade para o empresário e pecuarista Vilmar Rigo, que se apresenta em eventos em todo o país como “Bolsonaro da Shopee”, por causa de sua incrível semelhança com o ex-presidente Jair Bolsonaro (ENTENDA AQUI).
A outra parte do condomínio foi negociada, segundo Vitório Abrão, com o ex-prefeito de Cabixi, José do Rozário Barroso, o “Bau”, mas o vendedor alega que ainda não recebeu o valor combinado com o político.
A redação teve acesso ao Boletim de Ocorrência lavrado pela PM após ser acionada e ir ao local, onde pode acabar acontecendo algum tipo de conflito violento pela posse da terra na área urbana da maior cidade do Cone Sul de Rondônia.
Segundo narra o BO registrado pela guarnição policial, “ao chegar ao local, foram visualizadas várias pessoas na avenida Lauro Sodré; e, por se tratar de um condomínio fechado, essas pessoas estavam aglomeradas na rua, do lado de fora da área e na parte da frente”.
Outro trecho do documento: “havia uma parte do muro caída e, no interior do condomínio, foi visto o solicitante Vilmar dentro de seu veículo juntamente com um trator, derrubando os barracos”. O pecuarista se apresentou como dono do imóvel e admitiu que a área está embargada judicialmente, tanto que ele não pode construir e nem vender os lotes já cortados.
Rigo argumentou que que na data dos fatos “encontrava-se limpado a área com seu maquinário e percebeu que tinha uns barracos, e como não havia invasores no local, desmanchou dois deles, que não estavam ocupados por ninguém no momento da ação”.
Pouco tempo depois, o “Bolsonaro Cover” percebeu que havia uma aglomeração de pessoas em frente do Condomínio, na avenida Lauro Sodré; na sequência, ficou sabendo que elas tinham invadido sua propriedade e estavam construindo casas para morar”
Quando as pessoas que estavam na área visualizaram Vilmar derrubando as construções, também acionaram a Central de Operações PM. No local, a guarnição colheu o depoimento de ambas as partes e realizou a confecção do Termo Circunstanciado de Ocorrência de Esbulho possessório e Danos. Os invasores se comprometeram em comparecer, no próximo dia 28 de novembro, às 12 horas, no Fórum da Comarca de Vilhena, para discutir se há acordo entre as partes envolvidas.
Vilmar Rigo apresentou uma Medida Cautelar Judicial de número 0073780-64.2008.8.22.0014, que lhe deixa como responsável pela propriedade. Confeccionado o TCO, todos foram liberados no local. A reportagem tentou contato com vários dos envolvidos no episódio, mas nenhum se dispôs a falar com o site.
Um morador que ocupa uma casa no local há 8 anos mencionou um ex-servidor da prefeitura de Cabixi, que o autorizou a fica na residência, pois se apresenta como um dos donos. “São vários donos ali, mas não dá pra saber quem é mesmo proprietário”, disse o homem, que alegou não saber dar mais detalhes da aparente disputa pelo condomínio.
Fonte: Folha do Sul
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