“Ele está assustado, temendo por sua vida, mesmo não sendo incapaz de reconhecer nenhum dos envolvidos no homicídio”
Vilhena, RO - A redação entrevistou a advogada que defendeu o caminhoneiro preso por engano, confundido com um dos faccionados que balearam dois homens em Vilhena na tarde de segunda-feira, 12. Um dos atingidos pelos disparos da dupla chegou a ser levado para o hospital, mas morreu após passar por cirurgia (ENTENDA AQUI).
O motorista de 34 anos, quatro e meio deles trabalhando na mesma transportadora, estava voltando para casa quando foi rendido pelos assassinos, cuja motocicleta havia dado defeito durante a fuga. Enquanto a dupla fugia na motoneta da vítima, um PM de folga o prendeu como suspeito do ataque a tiros.
O carreteiro foi levado caminhando até o local onde os dois baleados estavam. Após ser detido, ele ouviu várias vezes a mesma pergunta: para onde havia fugido “seu comparsa”?. Assustado e sem saber direito o que estava acontecendo, o caminhoneiro respondia: “não tenho comparsa, sou trabalhador”.
O que teria levado o policial a paisana a confundir o motorista com um dos bandidos foi a camisa azul que ele estava usando ao ser abordado: a peça era parecida com a de um dos atiradores. Na confusão, ambos os faccionados conseguiram fugir com a Honda Biz da vítima.
Até ser apresentado na Unisp, onde sua advogada acompanhou o registro da ocorrência, o transportador passou quase cinco horas dentro do camburão, enquanto a guarnição cuidava dos dois baleados. A motoneta dele foi recuperada mais tarde no setor de chácaras de Vilhena.
Segundo a advogada, os policiais não agrediram seu cliente, mas ele ficou indignado ao ser ignorado quando disse que era trabalhador, e continuou sendo confundido com membro de organização criminosa. “Ele está assustado, temendo por sua vida, mesmo não sendo incapaz de reconhecer nenhum dos envolvidos no homicídio”.
Apesar de todos os transtornos e constrangimentos que sofreu, a vítima do engano foi libertado logo após prestar depoimento. Ele não chegou a ficar detido na carceragem da Unisp e nem precisou passar pela audiência de custódia na justiça, sendo colocado em liberdade no mesmo dia, por volta da meia noite.
Fonte: Folha do Sul
Nenhum comentário